Os Calendários Maias foram desenvolvidos no século VI a.C. e são precursores do método Gregoriano - forma atual como medimos o tempo, institucionalizada em 1582 em grande parte do mundo. Embora haja diferenças significativas ao método atual, também unem matemática, ciência e espiritualidade, além de serem baseados no sistema solar; uma vez que a Civilização Maia da Mesoamérica pré-colombiana era grande estudiosa do ciclo da natureza e atribuía um caráter divino às suas manifestações.
O Calendário de Contagem Longa representa o Ciclo Universal. Foto: Reprodução
A representação do tempo em calendário cíclico foi imprescindível para a eficácia do desenvolvimento agrícola, tornando possível mapear o momento mais adequado para cada plantio e estabelecer uma previsão de colheita. Seu impacto também foi considerável na mitologia Maia e história ritualística; outorgando constância às cerimônias religiosas, sempre ligadas à conclusão dos ciclos.
Entre os calendários Maias mais importantes estão o Haab, baseado no ciclo solar; o Tzolkin (Calendário Sagrado ou Chol Q'ij), que segue um ciclo ritualístico religioso e o Calendário de Contagem Longa, que se baseia no ciclo astronômico e representa o ciclo universal.
O Calendário Haab faz a contagem do tempo através de meses. Foto: Reprodução
O Haab é um calendário civil concebido em função da agricultura. São 360 dias (Tun) mais 5 dias de rituais sagrados, que correspondem a 18 meses (Uinals) de 20 dias e 1 mês (Wayeb) de 5 dias. Cada mês possui um nome e um símbolo correspondente, sendo alguns destes variantes de um mesmo glifo. Sac Ha', Cha'a Chac e Wajikol são algumas das cerimônias ritualísticas do calendário Maia Haab ainda praticadas na Guatemala.
E por falar em ritual sagrado, o Tzolkin corresponde aos nove ciclos da lua e ao período gestacional humano. Sua distribuição de dias è voltada ao divino, não obstante é utilizado para determinar o tempo religioso e os eventos cerimoniais. Entretanto, a leitura não é feita através de meses como o Haab, mas pela coordenação de 20 períodos (representados por glifos) com 13 dias, produzindo 260 dias (Tun). Cada combinação só se repete transcorridos os 260 dias.
Alguns meses são representados por glifos com significados sagrados. Foto: Reprodução
O Calendário de Contagem Longa, por sua vez, é mais complexo e tem o intuito de mapear longos períodos de tempo. Assim como o Gregoriano, este calendário faz a leitura do tempo em ordem cronológica partindo de 11 de agosto de 3114 a.C. Baseado no sistema vigesimal, é distribuído em 5 períodos: 144.000 dias (Baktun), 7.200 dias (Katun), 360 dias (Tun), 20 dias (Winal) e 1 dia (Kin).
A leitura conjunta entre Tzolkin e Haab forma o Calendário Redondo, composto por 52 períodos de 365 dias. E se o Tzolkin representa o ciclo inicial da vida humana este calendário composto simboliza o ciclo de amadurecimento, pois para os Maias as pessoas atingiam a sabedoria de um ancião ao completarem os 52 períodos.
O Calendário Maia é uma arte decorativa repleta de simbologia.
A Civilização Maia deixou uma grandiosa herança cultural e científica, sobretudo para os países que se ergueram sob sua história como México, Honduras, Belize, El Salvador e Guatemala. O sistema cíclico de mensuração de tempo é apenas uma parte de todo conhecimento repleto de simbologias e arte que reflete no modo em que vivemos.
Na prática, o Calendário Maia pode não ser tão efetivo para as nossas convenções, mas continua sendo uma arte decorativa cheia de beleza e magnetismo que resistiu ao tempo.
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Namastê!
Milene Sousa - Arte & Sintonia
1 comentário
Olá, gostaria daquele calendário colorido